sábado, 23 de dezembro de 2017

Paul Verhoeven, Ambíguo, Lúdico e “Perverso”& Outras Reflexões Suscitadas


1- Paul Verhoeven, Ambíguo, Lúdico e “Perverso”& Outras Reflexões Suscitadas

Para Camille Paglia (1), a última estrela do Cinema foi Sharon Stone no primeiro "Instinto Selvagem" (2) de Paul Verhoeven.  
Revi o filme e ele está cada vez melhor. Um dos melhores thrillers, filmes de suspense já feitos, com um erotismo bastante ousado, nunca visto antes no Cinema Americano, que não fosse do universo dos filmes pornôs.
Comecemos pela antológica sequência em que Catherine (Sharon Stone), sendo interrogada por vários policiais (um deles Nick, Michael Douglas), inverte o jogo, desnorteando a todos, cruzando as pernas e descruzando-as, para cruzar de novo, mostrando estar sem calcinha e deixando bem à mostra sua vagina. Algo que o espectador também vê com clareza. Ele também está em busca de resposta para mistérios, assim como os policiais, especialmente Nick. 




Ela ainda dá fortes indícios, para estupefação maior de Nick, que conhece elementos importantes de sua vida. Há poucos anos ele era viciado em álcool e drogas. Numa perseguição a bandidos, as chamadas balas perdidas mataram turistas. Estava drogado e/ou alcoolizado quando praticou estes crimes colaterais?

A sequência onde os policiais perdem o controle, diante da grande ousadia erótica, com Catherine invertendo o jogo, não estava prevista no roteiro. Foi criação de Paul Verhoeven e não do roteirista Joe Eszterhas (de bastante prestígio na época) e dá o tom do filme, com ambiguidades à exaustão, desnorteando Nick e a nós espectadores a todo momento.

As sequências de sexo de Nick com Catherine são apresentadas de forma bastante tórrida para nos passar o porquê um policial que segue uma mulher, principal suspeita por bárbaro crime (morte com várias estocadas, com um furador de gelo, de um ex- astro do rock, com quem ela tinha um caso simplesmente erótico, segundo ela), coloca a sua vida em forte risco em nome de um desejo irrefreável.

Mas voltemos à Camille Paglia. O Cinema depois deste filme passou a contar ou continuou contando com estupendas atrizes como Juliete Binoche, Meryl Streep, Julianne Moore, Isabelle Huppert, Marion Cotillard, Cate Blanchett, Naomi Watts etc.

Mas estas, no Cinema Moderno, representam seus papéis num outro registro que não mais nos remete ao mistério, magia, glamour, ambiguidades, astúcias de Femme Fatales em muitas obras e onipresença etc das grandes estrelas do chamado Star System de Hollywood etc, onde muitas pessoas iam mais ao Cinema, com a vontade de ver estas divas, do que pelos filmes em si.  

Não me oponho ao Star System, pois temos grandes clássicos/obras-primas do Cinema que foram nos legado nesta estética, como Marlene Dietrich em "O Anjo Azul" ( 1930) e “ Vênus Loura” (1932) de Josef von Sternberg;  Rita Hayworth em “Gilda”(1946) de Charles Vidor e “A Dama de Shangai”( 1947)  de Orson Welles;  Ingrid Bergman em “Casablanca”(1942) de Michael Curtiz e “Quando Fala o Coração ( 1945) de Alfred Hitchcock;  Barbara Stanwyck em “Pacto de Sangue (1944) de Billy Wilder  etc

Uma das razões do porquê Ingrid Bergman largou família e carreira nos EUA e foi para Roma, é porque, impressionada, viu em Roberto Rosselini outras formas de representação, que não as de Hollywood, quando assistiu “Roma, Cidade Aberta (1945). O resto é História do Cinema.    

Quando Rosselini amplia muito o alcance da linguagem cinematográfica com “Roma, Cidade Aberta”, tendo até uma postura ética bastante forte por trás, criando um grande marco da História do Cinema, que influenciou até grandes diretores iranianos como Jafar Panahi, Abbas Kiarostami etc, não se tem aí, de modo algum tábula rasa do que foi feito antes.

Aliás isto acontece com todo movimento cinematográfico, como o próprio Neorrealismo, o Surrealista, o Cinema Novo, o Novo Cinema Alemão, o Free Cinema Inglês, a Nouvelle Vague, o Dogma etc. Não existe um antes ou depois destes movimentos, que seja mesmo bastante abrangente.

Um caso bastante eloquente é Federico Fellini. Começou no Cinema contribuindo para roteiros de Rosselini. É um dos co-roteiristas em “Roma, Cidade Aberta” e  “Paisá” (1946).Teve grande influência do neorrealismo no início da carreira, em “A Estrada da Vida”: “Os Boas Vidas”: “A Trapaça”: “Abismo de Um Sonho”, mas passou depois a trabalhar com grandes e esplêndidas fantasias no cinema, como “Fellini 8 e1/2”;  “A Doce Vida”; “Amarcord”; “Casanova de Fellini; “Satyricon de Fellini”; ”Entrevista”; “Ensaio de Orquestra”; “E La Nave Va”  etc.

Até mesmo o desfecho de “Noites de Cabíria” (1957), onde ela vai diminuindo suas lágrimas e se recompondo com sorriso nos lábios, sendo acompanhada por um trupe de artistas, quase que circenses, foge completamente do neorrealismo. Não é à toa que radicais vetustos de esquerda abominaram este final, que é um dos mais belos da História do Cinema.

Talvez quisessem que Cabíria se matasse, pois foi mais uma vez ludibriada por um homem que lhe daria redenção na sua vida de prostituta, casando-se com ela, mas que por pouco não a afogou num rio.

Até mesmo Vittorio De Sica que realizou outra obra marco do neorrealismo que foi a obra-prima “Ladrões de Bicicletas” (1948), em “Milagre em Milão” (1951), como se não suportasse mais retratar tantas misérias, fez os favelados voarem para os céus em cabos de vassoura, algo que foge aos  princípios básicos do neorrealismo.  
     
Os terríveis críticos do Cahiers Du Cinéma, principalmente François Truffaut, em seu irônico e demolidor “Um Cinema Francês de Qualidade”, estigmatizaram filmes feitos em estúdio, com diálogos poéticos ( tal os de  Jacques Prévert), como “O Boulevard do Crime” (1945) de Marcel Carné, onde reina a grande estrela e diva Arletty e Jean-Louis Barrault.   

Só que, por grande ironia, várias vezes em que fazem um referendum para escolha do melhor filme da História da Filmografia Francesa desponta, simplesmente, “O Boulevard do Crime.....

Sharon em "Instinto Selvagem" traz toda ambiguidade, divismo, magnetismo, beleza estupenda, incendiando a tela quando aparece, construindo um filme neo-noir, sendo uma femme fatalle, autêntica referência ao Star System. Se Verhoeven não a tivesse encontrado, o filme jamais teria a força que tem.

Sharon Stone tem depois um extraordinário trabalho como Ginger (que vai da extrema beleza à autodestruição completa que anula esta beleza, por mergulhar nas drogas) em "Cassino" (3) (1995), uma das obras-primas de Martim Scorsese, pouco comentada.

Sharon ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Dramática, provando que realmente que é grande atriz, não restrita a  "Instinto Selvagem". Pena que por más escolhas e/ou ofertas ruins, não tenham me chegado notícias de outros grandes desempenhos.

Mas em "Cassino", com tantos temas entrelaçados, tendo como epicentro o mafioso Sam Rothstein ( Robert De Niro), não há como dizer que Sharon trabalhe no registro do Star System, capitulo louvável, mas encerrado no Cinema Americano. 

"Instinto Selvagem" é o que chamo de clássico do Cinema que não é necessariamente uma obra-prima.  Há nele malabarismos de perseguições automobilísticas que remetem a clichês.

Atenção Spoilers Entre Aspas

(Comenta-se que o final do filme é em aberto quanto ao responsável pelos assassinatos. Mas não consigo explicação para o fato de Catherine (depois de mais uma transa bem quente com Nick e então deitados, de costas um para o outro) tentar pegar algo (que imaginamos ser um picador de gelo) e depois de um movimento que nos assusta, dirigir simplesmente sua mão para abraçar melhor Nick, que se volta para ela.

Mas acontece que a câmera vai se abaixando e revelando um justamente um picador de gelo embaixo da cama. Ou seja, o que provavelmente ocorre é Catherine ter realmente ficado apaixonada por Nick e tê-lo poupado da morte. O suspense que fica é até quando ela vai controlar seus impulsos, seu instinto básico.

Os crimes vão acontecendo de acordo com sequências que Catherine descreve em seus romances policiais.

Num jogo de gato e rato ela se aproxima de Nick também para ter material para seu livro “O Atirador”, inspirado em momentos do passado de Nick quando drogado e viciado também em álcool, matou turistas, em fatídicas  balas perdidas num tiroteio contra bandidos, conforme já mencionado.
Estamos diante de uma obra em progresso em que as aproximações dela com ele, as atitudes deste amante (que se arrisca bastante) são excelentes material de trabalho. E há mais mortes misteriosas que acontecem, além da retratada de forma bastante cruel no início, mas necessária para criar o clima de perigos em jogo.

No livro quando ela dá por acabado, o policial inspirado por Nick morre. Nada mais natural que ela desta vez também queira fazer a vida imitar a arte. Mas por ora desiste. Um abraço por ora vence. Até quando? Este sim é o grande mistério ao final do filme. 

Apesar de muitas pistas sobre a Dra. Beth Garner (Jeanne Tripplehorn), psicóloga da polícia (que teve um affair com Nick e cuidou /cuida dele quanto ao controle e efeitos das drogas e álcool), estas são demolidas adiante, no filme. Incluindo depois de uma sequência que emula com objetividade e intenção clara, o início do assassinato no chuveiro de “Psicose” de Hitchcock.)  

Aliás a esplêndida trilha sonora de Jerry Goldsmith nos remete claramente às de Bernard Herrmann de tantos filmes de Alfred Hitchcock e outros clássicos como “Táxi Driver” de Martim Scorsese.

“Instinto Selvagem” apesar de nos remeter à era do divismo,  com estrelas  envolvidas em glamour, mistérios, ambiguidades etc  está muito longe de insinuar grande sensualidade como, por exemplo, Gilda tirando as luvas em “Gilda” de Charles Vidor, como se fosse um autêntico strip-tease.  

Neste filme de Verhoeven não há nenhuma apelação erótica. Mas é bastante importante, para entendermos as forças psicológicas,  psicanalíticas e policiais em jogo, que as sequências de sexo sejam bem fortes mesmo.
E tinha que ser um diretor europeu (no caso da Alemanha), sediado na América, para ter a coragem para tantas audácias eróticas. O Cinema Americano de modo geral (até o altamente transgressivo Quentim Tarantino) é pródigo em sequências das mais violentas, mas bastante pudico quando se trata de sexo.  Algo muitas vezes mostrado às pressas e/ou com os personagens vestidos. 

Quanto a “Robocop- O Policial” do Futuro” (4 ) ( 1987) de Paul Verhoeven, não tenho um grande apreço equivalente ao de “Instinto Selvagem”. É um filme talvez pesado demais, com tiroteios demasiados também.  
Lendo sobre ele é que descobri pequenos detalhes das situações da obra, que me passaram despercebidos, dado o tanto de uma história cheia de som e fúria, com atordoamentos, contada por um cineasta talentoso e criativo, mas que eclipsa significados.

Mesmo para um filme de ficção científica temos premissas um tanto difíceis de aceitar, a não ser com alargamento da suspensão da descrença. A favor do filme, é bom ressaltar que ele tem clima de ser baseado em quadrinhos, quando acreditamos em siituações especiais.

E “Robocop- O Policial do Futuro” é um filme de ficção científica, onde premissas fortes valem e o principal mesmo é   analisar a coerências internas da obra.

Filmes de fantasia de Tim Burton (muitos excepcionais) também praticam este jogo com o espectador. Podemos nos lembrar ainda neste quesito dos filmes surpreendentes de Terry Gilliam. 

O oficial Alex J. Murphy (Peter Weller), num projeto tido como Omni Consumer Products (OCP), é enviado propositadamente por seus superiores para uma missão suicida, onde recebe saraivada de tiros, principalmente nas pernas. Morto, depois de cirurgias. passa a usar uma forte armadura e um capacete que só lhe deixa a boca livre, com vários gadgetes de defesa, facilidades e se torna o primeiro Robocop, para dentro da lei prender bandidos que infestam/ atormentam Detroit.

Robocop com o auxílio da policial amiga Annie Lewis, única pessoa em que ele passará a confiar, começa a ter memórias esparsas de quando era simplesmente o policial Murphy. Mas alguém que morreu mesmo, pode ter lembranças? Ou depois de tantos tiros ele se transformou num morto-vivo que o projeto Robocop salvou?

O filme também nos fala de corrupção em altas esferas, a promiscuidade de autoridades com bandidos comuns, o enorme kafkianismo das grandes corporações que esmagam os indivíduos.   

Uma das grandes intenções por trás do projeto OCP-Robocop é higienizar a cidade para se ter um grande empreendimento imobiliário modernoso de gentrificação. Qualquer semelhança com fatos que ocorrem no Brasil de uns tempos pra cá, mostra a atualidade do filme.

Paul Verhoeven não gostou de “Robocop” (5) (2014) de José Padilha, porque o diretor teria retirado todo humor da história. E sem este, o filme fica esquisito.

De fato, o filme de Verhoeven, não pode se levar tanto a sério assim, como o recente “Ella” (6) (2016). Assim, mesmo em sequência bem violenta, revela humor para respiro, quando um grande policial robô, mastodôntico e desajeitado, é apresentado numa reunião, com vários membros da corporação à mesa.

Tem-se uma máquina brutamontes pura, sem cérebro humano. Um dos presentes é instado a apontar uma arma para a geringonça. Ela com sua voz metálica pede que ele largue urgentemente a arma. Ele a deixa cair no chão. Mas por um problema técnico, a máquina policial não ouviu o barulho de arma caindo no chão e metralha até a morte o convidado ao teste,   deixando todos horrorizados e se escondendo por baixo ou bastante inclinados em relação à mesa.

Atenção Spoilers entre Aspas
(Adivinhem se esta máquina atrapalhada não lutará com Robocop?  Este vai descobrir que uma quarta condição de sua existência, não lhe ensinada antes é não poder matar nem lutar com um superior hierárquico. Mas o roteiro encontrará uma solução inteligente para o contorno disto)

“Robocop- O Policial do Futuro” de Verhoeven, com suas grandes originalidades típicas de herói de quadrinhos, mas construído diretamente para o Cinema, em que pese as restrições apontadas, é um filme muito bom e que pode até ser considerado, dentro da lógica que costumo apresentar, um clássico( mas não uma obra-prima).É um filme que passou a fazer parte do imaginário cinéfilo de muitas pessoas.

Certa decepção com ele vem do fato de que se torna um grande anticlímax ao assisti-lo, depois do magnetizante e hipnótico “Instinto Selvagem”, filme do qual não tiramos os olhos da tela, por nada.

E convenhamos, é muito mais agradável ver cenas de sexo ousadas, magnificamente filmadas, do que tiroteios sem fim, por mais que tenham a ver com a história, pois é necessário mostrar o grau de resistência do Robocop, para melhor acreditarmos neste policial metade máquina, metade homem.  

Atenção Spoilers entre Aspas

(Que Robocop descubra todo rosto para mostrar à  amiga Anne Lewis  como está a face de Murphy entende-se, mas que a partir daí ele o deixe descoberto, saindo para as lutas, é algo incompreensível, pois se torna bastante vulnerável.

Cheguei a ler que na franquia (que não assistirei além deste primeiro, pois de modo geral decepcionam, podendo virar até mesmo caça níqueis), Robocop aparece com o rosto descoberto o tempo todo.

Em uma ficção científica um roteirista/diretor pode tomar várias liberdades como premissas, desde que estejam de acordo com nossa suspensão da descrença. Mas a partir daí deve obedecer a lógicas internas. Rosto descoberto pode ser facilmente atingido várias vezes por inimigos, propositadamente.

Para um artista sério, não vale a máxima que muitos brasileiros abraçam (temo que em grande percentagem do total) de que “bandido bom, é bandido morto”.

Um filme com esta premissa, por mais bem feito que seja, merece ser completamente rechaçado como fascista.

Robocop mesmo com todos os seus poderes, podendo receber saraivadas de tiros e ficando incólume, tem programado dentro de si, enquanto ciborgue que é, que deve agir conforme as leis, fazer justiça mesmo. 

Ele perseguição implacável encurrala  Kurtwood Smith (Clarence J. Boddicker), o chefe da gangue que atirou de todas as formas em Peter Weller, o que o levou à condição de Robocop.

Há todo um clima para uma grande vingança. Mas Kurtwood lembra os seus direitos e é levado preso. No Brasil teria sido fuzilado à queima roupa, com muita raiva, sem dó, nem piedade.

Por mais que muitos chiem, até mesmo bandidos tem os seus direitos humanos que devem ser garantidos, respeitados. Esta é uma questão ética que o filme aborda. Mas diante de tantas camadas de significados que compõe o filme, isto não é aprofundado.)  
    
Paul Verhoeven em sua passagem pelos EUA, vindo de sucessos na Alemanha, realizou também “Showgirls” (6) (1995) que foi muito mal recebido tanto pela crítica como pelo público. Ganhou vários troféus Framboeza de piores do ano. Mas hoje é reavaliado como excelente filme por muitos críticos.

Quero ter a chance de vê-lo na Tela Grande. Kleber Mendonça Filho, atual curador de Cinema do IMS-RJ o programou pela ocasião do lançamento do fenômeno “Elle” (7) (2016) de Paul Verhoeven. Mas foram uma ou duas sessões. Deveriam ter sido mais.

Na volta à Alemanha, Verhoeven realizou um grande filme, “A Espiã” ( “Black Book”) (8), sobre uma agente dupla, durante a segunda-guerra mundial, com pontes entre a resistência e nazistas, com belíssima reconstituição de época. O filme tem pontos de contato com “Desejo e Perigo” de Ang Lee.

Com o histórico de diretor bastante ousado e “perverso” (no bom sentido da palavra, com eram Hitchcock, Fritz Lang, Claude Chabrol e são Polanski, Brian De Palma, Alex de La Iglesia. Irmãos Cohen etc),  não é de se estranhar, se surpreender, que o roteiro de “Elle” de David Birke  tenha caído em suas mãos,  ou ele tenha buscado.

Como atriz protagonista só poderia ser Isabelle Hupertt, alguém que num outro registro fez um professora de piano refinada que de forma oculta tem relações sadomasoquistas, envolvendo até um aluno adolescente, dentre outros fetiches, em “A Professora de Piano”( 2001) de Michael Haneke. Aqui temos um detalhado processo rumo à autodestruição. Um desempenho que lhe deu o prêmio de melhor atriz em Cannes.

Filmes como “Instinto Selvagem” e “Elle só teriam a força que tem com as parcerias de Sharon Stone e Isabelle Huppert respectivamente, tendo um  diretor como Paul Verhoeven, que além de grande diretor de modo geral, que extrai desempenhos excelentes de seus atores, é muito hábil também na criação de climas e com belos e significativos movimentos de câmera.

Uma sequência de “Instinto Selvagem” é bastante significativa. Um assassinato provavelmente ocorre, havendo muitos carros e pessoas em volta do possível morto. O policial Nick (Michael Douglas) vai se aproximando como pode, em meio bastante lotado e há suspense no que ele e nós veremos e em qual situação. Uma sequência bem forte que podemos chamar de o belo horrível que as artes podem nos proporcionar.

Paul Verhoeven não deixa de ter certa razão quando disse no Festival de Cannes, como presidente do júri. que um filme como “Spotlight-Segredos Revelados” (2016) de Tom McCarthy (por mais que trate de temas bastante relevantes, como a proteção a pedófilos dentro da Igreja Católica em Boston, por seus superiores, com investigações que mudaram o quadro de percepção da pedofilia no mundo), tem um quê de filmes televisivos. Já o que Verhoeven fez/faz, para o bem ou para o mal, trata-se mesmo de Cinema.  

Verhoeven não gosta de se repetir. Esta foi a forte razão de sair dos EUA e voltar à Alemanha, pois é isto que queriam dele. Assim seus filmes tendem a ter resoluções bem diversas e inusitadas.

Verhoeven, decididamente, não se apoia em procedimentos politicamente corretos. Militantes GLBT nos EUA fanáticos se manifestaram contra “Instinto Selvagem”, pois traria uma má imagem do lesbianismo, da bissexualidade. Só que a variedade humana é imensa. Assim, nada indica que não possa haver personagem como Catherine, bissexual dominadora, que é  suspeita de ser uma serial-killer, se valendo de um picador de gelo.

Algo análogo aconteceu com “Elle”. Feministas fanáticas rangeram os dentes. Só que como Isabelle explicou, o filme não tem a preocupação de trazer nenhuma mensagem feminista. Ele é a história bastante forte de uma mulher, Michèle, decidida em tudo, profissionalmente bem sucedida como chefe na área de vídeo games ( pesados com mais intensidade porque ela quer/obriga), mas que bastante solitária, envolve-se numa relação sadomasoquista bastante hardcore. Algo que o filme já nos apresenta logo no início, como o assassinato em “Instinto Selvagem”.   

Há ainda o fato de que a obra apresenta elementos de ordem psicanalítica que pode explicar seus comportamentos e que inclui também a secura e firmeza como trata as pessoas. Mas há os momentos de sorrisos, dissimulados ou sinceros.

Michèle não quer saber do pai preso durante anos por terríveis crimes, tem péssimo relacionamento com a mãe e um filho que só lhe traz aborrecimentos: não para em emprego algum, passa a ter uma namorada que a afronta ( até mesmo quando quer ajudar) e tem um filho que é negro, não podendo ser seu neto de sangue. 

 Spoiler entre aspas

 (Quando Michèle quer parar o jogo perigoso, pois está surgindo amor, o parceiro não concorda, levando o filme a um final surpreendente, principalmente com a calma e prazer com que ela passa a reatar a relação com a amiga de trabalho, que traia sendo amante do marido desta.
Rejuvenescida, alegre, ela adora a ideia de ter a amiga morando  com ela, até que arrume um lugar todo seu, pois se separou do marido.
Aqui depois de muitas perversidades acumulada cruamente, o filme dá a volta por cima e temos o que se poderia chamar de certo happy-end. Não é à toa que me refiro à ambiguidade de Verhoeven, que pode nos levar pelos mais inusitados caminhos). 
       
2- Links Associados
Preferi não saturar a postagem com muitos links associados. Havendo interesse, qualquer filme citado, através de um Google no título do filme, acompanhado da palavra filme, com o site AdoroCinema, pode-se encontrar Sinopse-Trailer-Créditos- Críticas Nacionais e Estrangeiras além das do próprio site ( nem sempre estas). No caso de títulos repetidos, incluir o nome do diretor no Google.  
Na página atingida, fora o site AdoroCinema, podem surgir matérias bem interessantes, seja da mídia impressa ou web, que poderão valer a pena ler. 


Roda Viva Internacional | Camille Paglia | 22/10/2015

Ela fala, entre outros assuntos, de sua revisão do feminismo e comenta suas definições sobre a cultura ocidental.

“Instinto Selvagem”- Sinopse- Trailer- Créditos

“Cassino”- Sinopse- Trailer- Créditos

“Robocop- O Policial do Futuro”- Sinopse-Trailer- Créditos

“Robocop” ( 2014)- Sinopse-Trailer- Créditos-Críticas

“Showgirls”- Sinopse-Trailer-Créditos

“Elle”-  Sinopse-Trailer-Créditos-Críticas Nacionais e Estrangeiras


“A “Espiã”- Sinopse-Trailer- Créditos

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

M. Night. Shyamalan, Cineasta da Linhagem dos “Contrabandistas”.


1- M. Night. Shyamalan, Cineasta da Linhagem dos “Contrabandistas”. 

Revi “O Sexto Sentido” -1 (1999) de M. Night Shyamalan e assisti pela primeira vez seu “Corpo Fechado”- 2 (2000).

Ao contrário do primeiro que foi um estrondoso sucesso, até mesmo de crítica, “Corpo Fechado” não foi bem sucedido. Grande injustiça. Quem não conhece vale muito a pena conferir.

“O Sexto Sentido” é magnificamente dirigido, roteirizado, interpretado,   além de ter bastante  cuidados na direção de arte, música e efeitos sonoros.  
Tanto Bruce Willis ( Dr.Malcom, um psicólogo de crianças que vê no perturbado garoto Cole, uma chance de se redimir de um grande erro do passado) como Tony Collette ( Lyn, a mãe que se desespera com as estranhezas que ocorre com Cole), estão excelentes.


Planejado para ter Bruce mesmo como protagonista, tem-se aqui uma interpretação contida, minimalista, de alguém que pode se irritar com as situações, ter ciúmes da mulher, mas interioriza estes sentimentos, expressando-os mais com os olhos, muitas vezes bem tristes e com seus leves sorrisos, que podem se mostrar tristes também, paradoxalmente. 






Visto numa segunda vez percebemos melhor o quanto Shyamalan fez um filme honesto. Ele não trapaceia em nada com o espectador. Ele espalha pistas e dicas durante o filme. Aqui talvez esteja um dos calcanhares  de Aquiles do filme: o desfecho pode surpreender muita gente, mas não é difícil de se prever. Ainda mais que há uma forte lacuna na narrativa acompanhada por uma forte elipse.
De qualquer modo, há sempre a questão do como se dá este previsível, o que faz a força e diferença dos filmes, pois tudo nos é mostrado de forma bela e com aragem poética. 

O trabalho de Haley Joel Osment como Cole, o garoto de uns 11 anos, que vê gente morta que não sabe que morreu, é um dos mais impressionantes já vistos para alguém da sua idade. Ele contou a Shyamalan que leu três vezes o roteiro. E isto ele nos passa bem no filme. Está completamente integrado a tudo, num papel bem difícil. Alguém de talento menor não traria a força que o filme tem.

Shyamalan num dos extras do DVD diz que em um filme sempre aparece um elemento mágico imprevisível. No caso de “O Sexto Sentido” a magia surgiu do encontro do cineasta com Haley Joel Osmant. Com ator menos talentoso o filme não seria nada do que representou.

Pelo seu trabalho em “O Sexto Sentido”, Haley Joel Osmant recebeu 16 prêmios e 8 indicações, incluindo para o Oscar e Globo de Ouro, para melhor ator coadjuvante.
Com um pouco mais de idade, Haley Joel Osment também brilhou em “AI: Inteligência Artificial” de Steven Spielberg, obra prima que veio de um roteiro de Stanley Kubrick.

Já em “Corpo Fechado” temos o encontro entre David ( Bruce Willis, um homem inquebrantável, que é o único sobrevivente de um forte acidente de trem, sem ter nenhum arranhão, em mais uma bela e bem difícil interpretação) e Elijah ( Samuel L. Jackson) como  um negro que desde o nascimento ( e até mesmo antes na barriga da mãe)  tem uma doença que o faz ter ossos facilmente quebrados. É chamado de “ossos de vidro”.  

Elijan pelas limitações que tem e teve na vida, cresceu lendo muitos quadrinhos e adulto dedica-se a organizar exposições de quadrinhos que leva bastante a sério, chegando a se enfurecer quando um homem quer comprar um quadro seu para seu filho pequeno.

Elijah persegue David que trabalha como segurança em um estádio, para que entenda que é um herói de quadrinhos. Acredita que ambos tem muito em comum e algo existe que os une nesta vida e quer descobrir o porquê e como, obsessivamente. Este elo teria algo de elementos básicos de quadrinhos.  

Uma vez aceitas estas premissas, sem suspensão da descrença, “Corpo Fechado” é um filme ainda mais impactante do que “O Sexto Sentido”, contendo atuações fabulosas dos dois polos opostos que se atraem. Seu desfecho, ao contrário de “O Sexto Sentido”, é realmente imprevisível e tendo até um quê de Roman Polanski numa vernissage.  

Junto a “Fragmentado”- 3 (2017) teremos “Glass”-4 (em preparação para 2019) formando uma inesperada trilogia com “Corpo Fechado”. Isto já está bem anunciado no desfecho de “Fragmentado”, onde um esquizofrênico tem 23 personalidade, acompanhadas e conhecidas por uma psiquiatra em anos, sendo que a mais forte ele diz que chegará e sua ela não acredita, pela arrogância da ciência.  

James McAvoy, como Kevin, tem desempenho extraordinário, apresentando vários de seus personagens sombrios, desde uma mulher com roupa feminina, uma criança, o homem frio de óculos sequestrador  etc..Tudo a fim de se impor/enganar três jovens que ele sequestrou. Numa inversão doentia, as jovens não virgens são consideradas puras, as outras impuras.

Até mesmo onde tudo ocorre é motivo de surpresa. E o que mais nos impacta no filme, é que ao contrário de outros rotineiros, a vida de todos está realmente ameaçada e não sabemos quem e como vai sobreviver. Não há redenção certa no horizonte do filme. Shylmalan é fiel à história intrincada que nos quer contar e não aos desejos do público, que muitas vezes são conservadores.

Ciente da sinopse de “A Vila”-5( 2004), antes de assistir o filme, ele logo me remeteu ao clássico de ficção científica “O Planeta dos Macacos”- 6 (1968) de Franklin J. Schaffner. Mas mesmo assim, se aspectos do filme são previsíveis, mas à sua maneira, ( nesta história em que os  habitantes de uma comunidade cercada por uma floresta temem perigosas criaturas que vivem lá e pensam que se ficarem fora dela , eles ficarão ilesos) há uma  virada final deste grande filme de Shyamalan que  é algo realmente surpreendente, um golpe de mestre e se pensarmos bem, com motivações e ecos bastante contemporâneas, mesmo que os aldeões vivam num ambiente que nos remete ao século XIX.

Há alguns lances hollywoodianos de rotina, mas em nada diminuem  o brilho do filme como um todo.

Há críticos para tudo. Já estou bem calejado para me “defender” ( rsrsrsr) deles e ter minhas próprias visões. Shyamalan é criticado pelo que chamam de pegadinhas ao final. Esta palavra é pejorativa. O que há são viradas de roteiro. Em “Psicose” -14 ( 1960) de Alfred Hitchcock temos uma bem forte por um pouco mais de um terço do filme, nunca antes realizada no Cinema.

O que importa mesmo é a carga dramática e a pertinência destes desvios   relativamente a tudo que vimos antes. O que não pode haver é forçação de barra

Em “Clube da Luta”- 7 (1999) de David Fincher temos uma virada das mais sensacionais da História do Cinema. Ela redimensiona tudo o que assistimos antes e carrega o filme de sentido realmente.  

Em “O Maestro”-  8(1980) de Andrzej Wajda, há uma última fala e um corte seco para o fim do filme. Só que tudo que vimos antes fica redimensionado e ( Atenção Spoilers) o que pensávamos ser um filme sobre egos diferenciados de maestros, se mostra um grande filme político, que remete aos dirigentes da Polônia. A mulher diz ao marido professor de música que tiraniza seus alunos: “Você não gosta de música. Você gosta do poder que passa a ter sobre as pessoas através da música”. Somos assim incitados a rever todo o filme.

Estes filmes citados de Shyamalan são os quatro bastante superlativos dele que assisti. Fiquemos só com estes e esqueçamos os mal passos deste grande mestre do suspense e horror que também faz suas aparições em seus filmes, assinando-os, uma “brincadeira” que Alfred Hitchcock sempre fez e não precisa ter o monopólio dela.

Se  criticarmos Shyamalan por isto também, devemos fazer o mesmo com Truffaut,pois como grande exegeta de Hitchcock , o homenageava com algumas aparições em alguns de seus filmes quando não era ator.

“O Sexto Sentido” é o que chamo de um clássico do Cinema ( vai ser sempre lembrado e inspirar novas gerações a assisti-lo, ainda mais que aparições de mortos ( imaginadas ou não)  fazem parte do nosso Inconsciente Coletivo), mas não chega a ser uma obra-prima.

Para tal  ( Atenção, Grandes  Spoilers. Continuar em “No doc..”)  teria que ter um roteiro ainda mais bem trabalhado nos momentos iniciais. Antes do suicídio do ex-paciente atormentado que invadiu sua casa, Malcom recebe um bastante perigoso tiro que lhe atinge a barriga. Logo há uma elipse e estamos na estação seguinte. Mas mesmo assim, se não é difícil acertar que durante o filme todo, Malcom também está morto e não sabe disto, há toda uma coerência interna que respeita a inteligência do espectador.

Há muitos momentos a se destacar em “O Sexto Sentido”. Um dos mais belos são as formas que Cole encontra num carro em grande congestionamento por um acidente, para que a mãe realmente entenda que ele tem a capacidade de ver gente morta. Aqui tanto Haley como Toni Collett brilham bastante, com uma aura de forte poesia. E a sequência é bastante emocional sem ser nada piegas.

No doc “Uma Viagem Com Martim Scorsese Pelo Cinema Americano” - 9 ( 1995), que assisti num Festival do Rio,  ele nos apresenta o conceito de cineasta “contrabandista”. São por exemplo os que recebem altos ou médios recursos de um cinema mainstream, mas nos devolve filmes potentes, subversivos, nada escapistas ou melhor com franjas escapistas, mas longe destas ser essência dos filmes. Ou nas palavras de Amir Labaki : “aqueles diretores que trabalhavam com as regras institucionais dos grandes estúdios, mas subvertiam a ortodoxia esperada”- 10

Shyamalan é de certa forma “contrabandista” também, assim como o próprio Scorsese em grande parte de sua obra, Tim Burton, Douglas Sirk e Fritz Lang nos EUA, Coppola em muitos dos seus filmes, Paul Schrader também em parte de sua obra e ainda Brian de Palma, dentre outros.

E mesmo fazendo filmes na América ou fora dela, o maior e melhor de todos os “contrabandistas” é o gênio Stanley Kubrick. Por mais que tenham investido bastante nele, sabendo que grandes filmes viriam, os tempos de filmagens eram estendidos, gastava-se bem mais e o resultado são filmes definitivos, obras primas, clássicos instantâneos, filmes cada um ao seu modo subversivo, transgressivo, que surpreendem os próprios produtores, pois os projetos dos filmes estavam sempre mesmo é na cabeça de Leonardo Da Vinci do Cinema que Kubrick foi.  Estes produtores tinham uma ideia apenas geral.

Mas sempre há aquela parte da crítica que contesta qualidades. “Barry Lyndon”- 11 (1975) foi considerado por ela um filme frio. Hoje dificilmente lhe tiram o status de grande obra-prima do Cinema, pois a frieza é só aparência. Existe bastante emoções por baixo destas camadas. E tudo o que se vê é de aparente leveza, mas as ações, principalmente nas partes  finais se resolvem de forma explosiva, triste e melancólica. Impossível ficar indiferente. 
   
O potencial subversivo de “A Laranja Mecânica”- 12 (1971) de Kubrick vai além do que supomos: Alex, o grande pervertido, o ID puro freudiano personificado, em estado puro (sem ego e superego que o controle) somos todos nós, prensados, esmagados por uma direita corrupta, cínica e cruel e uma esquerda idem.
Mas como os trabalhos de Kubrick, experimentando vários gêneros, são  tão geniais e espantosos, uma “classificação” só não basta.   
  
No Brasil temos os casos de Walter Hugo Khouri e Carlos Reichenbach ( os principais nomes) que numa fase bastante crítica econômica do Brasil, anos Collor/Sarney, aceitaram capital de produtores da chamada Boca do Lixo de São Paulo.

Fizeram algumas concessões com cenas de sexo mais ousadas e demoradas, mas no mais permaneceram fiéis a um cinema de autor que praticavam. Principalmente Khouri, que, provavelmente, de modo geral,  foi quem mais soube até hoje no Cinema Brasileiro filmar belamente sequências de sexo, mesmo que longas e repetimos, bem ousadas. E sexo é um tema forte em quase todos os seus filmes. Não lhe é nada estranho e forçado.  

Para o bem e para o mal, Shyamalan é um cineasta que fascina porque é único. Ninguém imaginaria e faria seus filmes. Esta singularidade deve vir de sua condição híbrida de americano/indiano (nasceu na Índia de pais indianos e foi criado nos EUA). Isto fica mais patente em “O Sexto Sentido”, um filme com pessoas mortas que veio fazer diferença entre tantos filmes dos assim chamados “fantasmas”.

Pode-se não acreditar neste "umbral espírita", mas Shyamalan o “materializou” como poucos cineastas.

Há sempre dualidades fortes nos filmes escolhidos: o mundo dos mortos X o mundo dos vivos; um ser de “ossos de vidro” X um homem inquebrantável”; o universo dos quadrinhos X a vida real; ( Atenção Spoilers): o mundo dos aldeões como que vivendo no Século XIX  X cidades do mundo contemporâneo; acontecimentos trágicos de um mundo underground X aparente calma mostrada na superfície.

E até mesmo num filme que não gosto, mas carente de revisão, que é “A Dama da Água”: ser de fantasia, de um outro mundo   X mundo de seres de carne e osso.

Outro que quero rever, “Sinais”: seres extraterrestres X terráqueos.

Em 2015 Shyamalan realizou, de forma independente, com orçamento bem baixo, como quis, “A Visita”- 13.  Não foi um “contrabandista”.  Para muitos foi uma volta por cima. Estou entre os que discordam. O filme se ressente dos parcos recursos, mal emprego do digital e clichês. Foi o menos que resultou menos mesmo. A volta por cima se deu mesmo com “Fragmentado”.

2- Links Associados

“O Sexto Sentido”- Sinopse-Trailer-Créditos

“Corpo Fechado”- Sinopse-Trailer-Créditos

“Fragmentado”- Sinopse- Trailer- Crédito

“Glass” ( para 2019)- Sinopse

“A Vila” - Sinopse-Trailer-Créditos 

“O Planeta dos Macacos” (1968) – Sinopse-Trailer-Créditos

“Clube da Luta”- Sinopse-Trailer-Créditos

“O Maestro”- Sinopse- Créditos


Sobre “O Cinema Segundo Scorsese” ( “Uma Viagem ao Cinema Americano com Martim Scorsese”)  - 2015 

(Com quase quatro horas de duração, “Uma viagem pessoal...” acaba de ser lançado pela primeira vez no Brasil, numa parceria da Versátil com a Livraria Cultura, sem nenhum alarde. O DVD, batizado “O Cinema por Scorsese”, inclui um segundo documentário, “Minha viagem à Itália”, somando outras quatro horas).

Amir Labak-Especial para a Folha de Cannes 

“Barry Lyndon” – Sinopse-Trailer- Créditos

“Laranja Mecânica”- Sinopse- Trailer-Créditos


“A Visita”- Sinopse-Trailer-Créditos-Críticas  

“Psicose”- Sinopse- Trailer- Créditos